Temperatura da Geladeira de Vacina: Informações e Manual da Rede de Frio
Logo as vacinas de combate ao coronavírus começarão a ser aplicadas no Brasil, sendo que já começaram em alguns países e certamente esse é motivo para comemorar. Porém, existem algumas questões como a temperatura da geladeira de vacina e outros cuidados que devem ser considerados pelos agentes de saúde.
A compra, distribuição e venda dos imunobiológicos termolábeis (sensíveis ao calor e frio) não é algo simples. O processo de imunização não acontece da noite para o dia e um dos maiores desafios da logística é que algumas vacinas precisam ser mantidas em temperaturas muito baixas, diferente do que oferecem as geladeiras e freezers domésticos.
Por exemplo, a vacina da Pfizer precisa ser congelada a temperaturas baixíssimas entre – 80 ºC e – 70 ºC e não pode ser descongelada muitas vezes. O ideal, na verdade, é que seja descongelada uma única vez para aplicação da dose no paciente, o que dificulta seu transporte e distribuição em massa.
Para se ter uma ideia, essa temperatura é cerca de 20 vezes mais fria do que a temperatura das câmaras de vacina padrão em hospitais e farmácias ao redor do mundo.
Por isso que, ter um controle da temperatura da geladeira de vacina é essencial para garantir que a população seja corretamente imunizada, para estabilizar a pandemia ou ainda suprimi-la e garantir a conservação de vacinas.
Qual a temperatura das vacinas em geral?
Existem algumas vacinas que não fazem parte do plano nacional de imunização– PNI e estão disponíveis nas farmácias, sendo comum armazená-las na geladeira comum em casa para administrá-la quando necessário. Embora não seja recomendado o uso de geladeiras domésticas.
Porém, quando estamos falando de vacinas, elas devem ser cuidadosamente transportadas e armazenadas, mantidas idealmente numa temperatura entre +2 e +8 °C e protegidas da luz, desde a produção até à administração.
Nesse artigo sobre organização da geladeira de vacina falamos um pouco mais sobre temperatura de vacinas e como elas devem ser conservadas.
Se uma vacina for manipulada incorretamente ou conservada em uma temperatura inadequada e inferior à estipulada pelos órgãos competentes, então pode ser que ela perca potência e eficácia. Para evitar esses riscos, o ideal é que as vacinas sejam guardadas em câmaras de conservação de vacinas na temperatura ideal até o momento da sua administração.
Posso usar mala térmica?
Se o tempo entre a compra e administração for superior a uma hora, elas devem ser mantidas em um contentor (de poliestireno expandido, EPS, mais conhecido como isopor ou outro material isolante) com acumulador de frio, previamente congelado pelo menos durante 24 horas. É importante evitar o contato direto da vacina com o acumulador gelado para que a vacina não congele.
Se as vacinas forem levadas para casa, devem ser colocadas imediatamente em um freezer, em uma prateleira central, sem contato com as paredes laterais. Não devem ser colocadas na porta de maneira alguma. O freezer deve ser aberto o menos possível de modo a manter a temperatura entre +2 e +8°C e devem permanecer lá por pouco tempo.
De qualquer forma, cada vacina tem um prazo de validade que varia com a temperatura do local de armazenamento, o produto e o fabricante. No caso de não terem sido cumpridas as normas acima referidas, o farmacêutico ou o médico assistente devem ser consultados antes de descartar ou administrar a vacina.
Existem outros tipos e freezers e geladeiras portáteis que possuem motores alimentados por baterias de veículos e/ou rede elétrica, estes são mais seguros e garantem o correto armazenamento no transporte.
Durante o transporte, a temperatura dos imunibiológicos termolábeis devem ser monitorados de forma contínua.
Manual da Rede de Frio: normas de armazenamento, transporte e aplicação
Estas normas foram propostas e aprovadas pela Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo. Embora o novo manual da rede de Frio 2017 (quinta edição) não recomende o uso de geladeiras convencionais a prática ainda é muito utilizada em regiões mais remotas do Brasil.
A conservação das vacinas é feita através de um sistema denominado rede de frio que inclui o armazenamento, o transporte, a manipulação das vacinas e as condições de refrigeração, desde o laboratório produtor até o momento em que a vacina é aplicada. Assim, as recomendações abaixo devem ser seguidas à risca, confira as principais:
1) O refrigerador deve estar posicionado em lugar bem nivelado, não exposto aos raios solares e longe de qualquer fonte de calor (estufa ou autoclave).
2) O refrigerador deve ser instalado a uns 30 cm de distância da parede para que haja uma boa circulação do ar quente do motor.
3) A tomada, ou conexão com a fonte de energia elétrica, deve ser exclusiva para a câmara de conservação de vacinas, para o refrigerador e para o freezer, evitando-se assim sobrecarga na rede elétrica e desconexão acidental da tomada.
4) Não são recomendadas as geladeiras do tipo “Duplex” ou “frigobar”, isto é, as que possuem dois compartimentos separados.
5) O refrigerador deve ser usado única e exclusivamente para as vacinas. Não se pode de maneira alguma permitir que nele sejam guardados alimentos, bebidas ou material coletados para exames.
6) Manter sempre a porta do refrigerador fechada.
7) As vacinas devem ser colocadas nas prateleiras centrais e nunca na parte inferior do refrigerador. Também não podem ser colocadas na porta.
8) Os frascos e ampolas de vacinas, de preferência, devem ser colocados em bandejas perfuradas, sobre as prateleiras, a fim de haver uma boa circulação de ar frio.
9) As vacinas, dentro do refrigerador não podem ser armazenadas em caixas térmicas ou em sacos plásticos, a não ser que estes estejam perfurados e abertos.
10) As vacinas, na sua embalagem original, devem ser organizadas de forma a manter uma distância entre elas de aproximadamente dois dedos e também devem ser dispostas a uma certa distância da parede dos refrigerados, para que haja circulação do ar frio.
11) As vacinas com vencimento mais próximo devem ser colocadas na frente para que sejam utilizadas primeiro.
12) A gaveta inferior deve ser retirada, e em seu lugar, colocar garrafas com água, sal e corantes, que contribuem para estabilizar a temperatura. As garrafas devem estas dispostas com um pequeno espaço entre elas para que haja circulação de ar frio.
13) No congelador deve-se colocar gelo reciclável que também ajuda a manter a temperatura. Quando houver um aumento da temperatura deve-se colocar gelo reciclável na porta do refrigerador e quando houver queda da temperatura retirar as garrafas de água e os gelos do congelador e da porta.
14) O termômetro de máxima e de mínima deve ser colocado em pé na prateleira central e a temperatura deve ser verificada duas vezes ao dia (início e fim do expediente) e registrada no mapa de controle de temperatura (lembrar que a temperatura ideal para conservação das vacinas no geral são de +2 a +8°C.
15) Rotineiramente deve-se proceder a limpeza das câmaras de vacina, do refrigerador e do freezer.
16) Para proceder a limpeza do refrigerador, retirar toda vacina e colocá-la em uma caixa de isopor a temperatura de +2 a +8°C. Após a limpeza, ligar novamente o refrigerador e manter a porta fechada por mais ou menos 3 horas a fim de estabilizar a temperatura. Quando a mesma estiver entre +2 a +8°C deve-se recolocar as vacinas.
17) Durante os cortes de energia elétrica, o sistema de conservar pacotes de gelo no congelador e garrafas com água e sal na porta e na parte inferior do refrigerador, permitem manter a temperatura interna em torno de +4°C durante 6 horas quando a temperatura ambiente estiver entre 25°C e 28°C; e por 12 horas quando a temperatura ambiente estiver entre 5 e 12°C, desde que se mantenha a porta do aparelho sempre fechada.
Restabelecendo o funcionamento do aparelho, a porta deve permanecer fechada, pelo menos durante uma hora, com o fim de normalizar a temperatura interna, requerida para a conservação das vacinas.
18) No caso de falta de energia elétrica, tomar as providências necessárias o mais rápido possível, para sua normalização. Nestas ocasiões as seguintes medidas devem ser tomadas:
- verificar se no interior do aparelho há garrafas com água e sal e sacos plásticos contendo gelo;
- verificar a temperatura logo que perceber a falha de refrigeração;
- procurar saber o tempo que o aparelho ficou sem funcionar;
- constatando-se alterações de temperatura, deve-se comunicar os Departamentos Regionais de Saúde – DRS, por telefone e através de comunicação padronizada.
Para consultar o Manual Completo da Rede de Frio, clique aqui.
Como a Biocam pode ajudar no programa de imunização?
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Contamos com um serviço de consultoria em implantação do sistema de qualidade para a rede de frio de acordo com as diretrizes do manual da rede de frio do Ministério da Saúde.
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